A crise dos experimentalismos | de Ronaldo Lima Lins
A mais impressionante de todas as construções da modernidade foi, com certeza, o ímpeto com que a vontade de transformar surgiu no meio de hábitos arraigados por séculos na existência das pessoas.Rua México | de Raúl Antelo
Seria fácil demais, além de simplificador, qualificar o deslocamento mexicano de Silviano Santiago, como simples surrealismo etnográfico, à maneira de James Clifford.
Fingimentos | de José Carlos Avelar
Um plano só - e de certo modo todos participamos de sua preparação. Antes do começo da história, uma imagem breve: antes do plano que de fato faz o filme, uma mulher se ajeita para receber uma visita e esconde uma câmera de vídeo em baixo da mesa, por trás de uma cadeira.
O artista em meio à arte e o indivíduo: trilhas periféricas no imaginário brasileiro | de Rosza W. vel Zoladz
Olha, eu acho que o artista é o que tem mais consciência, aquele que tem o sentimento ou a consciência do vazio. Quer dizer, parece-me que o artista vive esta situação. Ela, na verdade, conflita no artista a necessidade de preencher espaços afetivos e de organizar esse afeto.
Vozes da periferia | de Numa Ciro
Com o rap "O soldado morto", o rapeador carioca MV Bill dá voz a um morto. Mas este morto não é qualquer um, é mais um entre os milhares de jovens moradores das favelas e periferias brasileiras que são assassinados diariamente, numa espiral crescente de violência que já alcança as proporções de um verdadeiro genocídio.
Identidades urbanas na era do rádio | de Amara Rocha
Nos anos 1950 havia um objeto sagrado em praticamente todos os lares brasileiros: o rádio. Enquanto o país embarcava numa onda modernizadora definida pela política do Estado desenvolvimentista, pelas ondas do rádio a população experimentava a sensação de pertencer a uma grande comunidade, que tinha na lendária Rádio Nacional do Rio de Janeiro sua principal condutora.
O Rio de Janeiro aos olhos do cronista popular | de Fred Góes
É quase redundante dizer que a cidade do Rio de Janeiro seja a grande musa inspiradora da crônica brasileira. Foi capital federal, berço dos principais fatos da nossa história, farta em acontecimentos relevantes, ao que se soma a desconcertante beleza natural, fonte permanente de inspiração dos artistas, queiram ou não vozes dissonantes.
Entrevista com Bernardo Carvalho
Bernardo Carvalho: O livro foi escrito, de certa forma, em reação à recepção do Nove Noites e doMongólia. A certa altura, me dei conta de que o que realmente atraía a maioria das pessoas nesses dois romances era o efeito de realidade, a idéia de que liam uma história real, baseada em fatos reais, como se o romance estivesse reduzido a um relato da realidade, como se a invenção, a criação e a imaginação fossem o de menos.