A arte e suas instituições não escapam ao fenômeno da globalização, que coincide com o redirecionamento neoliberal da economia e o conseqüente recuo da presença do Estado como empreendedor de políticas compensatórias, a partir da década de 1970.
A mais impressionante de todas as construções da modernidade foi, com certeza, o ímpeto com que a vontade de transformar surgiu no meio de hábitos arraigados por séculos na existência das pessoas.
Seria fácil demais, além de simplificador, qualificar o deslocamento mexicano de Silviano Santiago, como simples surrealismo etnográfico, à maneira de James Clifford.
Um plano só - e de certo modo todos participamos de sua preparação. Antes do começo da história, uma imagem breve: antes do plano que de fato faz o filme, uma mulher se ajeita para receber uma visita e esconde uma câmera de vídeo em baixo da mesa, por trás de uma cadeira.
Olha, eu acho que o artista é o que tem mais consciência, aquele que tem o sentimento ou a consciência do vazio. Quer dizer, parece-me que o artista vive esta situação. Ela, na verdade, conflita no artista a necessidade de preencher espaços afetivos e de organizar esse afeto.
Com o rap "O soldado morto", o rapeador carioca MV Bill dá voz a um morto. Mas este morto não é qualquer um, é mais um entre os milhares de jovens moradores das favelas e periferias brasileiras que são assassinados diariamente, numa espiral crescente de violência que já alcança as proporções de um verdadeiro genocídio.
Nos anos 1950 havia um objeto sagrado em praticamente todos os lares brasileiros: o rádio. Enquanto o país embarcava numa onda modernizadora definida pela política do Estado desenvolvimentista, pelas ondas do rádio a população experimentava a sensação de pertencer a uma grande comunidade, que tinha na lendária Rádio Nacional do Rio de Janeiro sua principal condutora.
É quase redundante dizer que a cidade do Rio de Janeiro seja a grande musa inspiradora da crônica brasileira. Foi capital federal, berço dos principais fatos da nossa história, farta em acontecimentos relevantes, ao que se soma a desconcertante beleza natural, fonte permanente de inspiração dos artistas, queiram ou não vozes dissonantes.
Bernardo Carvalho: O livro foi escrito, de certa forma, em reação à recepção do Nove Noites e doMongólia. A certa altura, me dei conta de que o que realmente atraía a maioria das pessoas nesses dois romances era o efeito de realidade, a idéia de que liam uma história real, baseada em fatos reais, como se o romance estivesse reduzido a um relato da realidade, como se a invenção, a criação e a imaginação fossem o de menos.
O título “Do jornal à pintura”, não deixa de dar, por alto, uma descrição sumaríssima dessa trajetória. Caso se tratasse, porém, do título de um capítulo da biografia de Luciano, então – dado que, nos seus anos de formação, na Bahia, ele se dedicou à pintura – esse capítulo teria que ser precedido por outro, intitulado “Da pintura ao jornal”.
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